quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O que você levaria?



Às vezes tenho vontade louca de me mudar: mudar de país, de cidade, de casa (eu sei, já falei sobre isso aqui... Ultimamente eu me pego pensando que se pelo menos eu pudesse mudar os móveis de lugar já ficaria um pouquinho satisfeita!!)

Nunca me esqueço de uma exposição do Hélio Oiticica que fui ver no Museu Nacional da República (chamava-se "Museu é o mundo"), em que havia uma instalação (aliás, várias) onde a gente podia entrar, e tinha com vários papéizinhos soltos no chão de brita, como é possível ver na foto acima. Um deles dizia:

"Nunca desista dos seus sonhos. Vá até outra padaria e experimente"

Pois é, eu acho que mudança serve um pouco para que a gente se livre de hábitos que nem mesmo percebemos que temos, e que podem, por vezes, nos impedir de aprender coisas novas, de sermos mais curiosos, mais interessantes e interessados...

Sobre esse assunto, também gosto muito de uma poesia do Fernando Pessoa (será que é mesmo?), que diz assim:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

Pois é, eu acho mudança uma situação ótima para praticar o desapego. Também é hora de limpar os armários e selecionar o que realmente importa para você. E olha o fim do ano chegando aí! Mesmo sem se mudar é uma ótima ocasião para fazer uma limpa e deixar a energia circular melhor.

Agora, essa ideia de "o que realmente importa para você" é uma booooa pergunta. E tem um blog que ajuda a pensar sobre isso: chama-se The burning house, ou a casa pegando fogo. As pessoas enviam uma foto que mostra as coisas que pegariam de casa para salvar caso ela estivesse pegando fogo. A descrição do blog é mais ou menos assim:

"Se sua casa estivesse queimando, o que você levaria com você? É um conflito entre o que é prático, de valor e sentimental. O que você levaria reflete seus interesses, seu histórico e suas prioridades. Pense sobre isso como uma entrevista condensada em uma questão".

Ou seja, é uma reflexão que revela muito sobre nós mesmos. Confesso que já pensei muitas vezes sobre o que levaria, e confesso, não cheguei a nenhuma conclusão! E assim, admirei um tal de David Ding, de Dublin na Irlanda, que colocou esta foto no blog da casa pegando fogo:

http://theburninghouse.com/post/9122226778/david-ding
 Ele não levaria nada!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Facul

Será que toda faculdade de arquitetura tem sofás velhos, forno de pizza meio quebrado, e mosaicos espalhados e muitas vezes feitos pela metade? Ah, e também têm armários tipo locker pintados (e pichados) com mil cores? 

Além de outras coisas que mostram que os arquitetos também têm um lado artista (e revolucionário, como todo estudante?) – ou pelo menos tentam ter?


Em um dos passeios do fim de semana prolongado, eis que descobri a área "lounge" da FAU UNB. Nossa, foi uma nostalgia! Saudades do clima da "facul", ou melhor, das oportunidades que uma verdadeira Universidade pode oferecer (e que eu tive a sorte de poder freqüentar), que vão muito além das disciplinas do curso... Apesar de que só percebemos isso depois de ter saído.

"Autonomia universitária significa que o papel da universidade é transmitir conhecimento, cultura, ciência – e não mercadorias. Quando o papel do ensino se resume a permitir que estudantes adquiram um diploma, ou a prepará-los para encontrar um posto a serviço do management, do marketing, perde-se a qualidade humana, cultural e pedagógica da universidade"


(Michael Löwy, sociólogo, sobre a recente ocupação na USP, no Estadão de domingo 13.11.2011)

domingo, 30 de outubro de 2011

Liberte seus livros!


Cada ideia que surge hoje em dia com a internet... essa foi uma das melhores que eu ouvi falar ultimamente: uma biblioteca mundial chamada Book Crossing (veja o site!).

Você termina de ler seu livro, coloca uma etiqueta nele, com um número especial do sistema Book Crossing, e larga ele em algum lugar! A descrição desta etapa no site é ótima:

"Liberte ao acaso. Chamado de "libertação ao acaso" (e amada por muitos BookCrossers), esse tipo de compartilhamento é um pouco como o empurrão num filhotinho de pássaro para que aprenda a voar, ou mandar seus filhos estudarem a universidade em outro estado! Seu livro não quer disperdiçar a vida em sua prateleira juntando pó, ele quer sair e encantar vidas! Então deixe seu livro etiquetado num banco de jardim em um dia de verão, numa estação de trem, numa mesa em sua cafeteria favorita - em qualquer lugar onde possa ser encontrado por outro leitor contente. Em seguida volte aqui e leia sobre as novas aventuras do seu livro!"

Achei incrível! Também dá para presentear, criar lista de livros que você quer ler e entrar em contato com quem já leu e quer libertá-lo, tem até pontos especiais onde os livros são soltos – estou doida para achar um por aqui... E depois você segue o livro que você libertou através do número da sua etiqueta, quem sabe ele roda o mundo?!

Neste momento, no Brasil (maioria em São Paulo), há 967 livros libertados nos últimos 30 dias que ainda não foram notificados – será que estão ainda perdidos em cima de alguma mesa? Será que a pessoa que achou não teve a curiosidade de entrar no site e colocar seu número? Parece bastante, mas na Alemanha há 6.949!
E quanto ao número de membros, no Brasil há 7.698 pessoas inscritas, enquanto que o país que mais tem membros é os EUA, com 322.536 pessoas que potencialmente podem largar livros por aí (se bem que os alemães participam em menor número, mas com mais desapego!).

Ainda não cheguei à conclusão de qual será o melhor lugar para fazer minha primeira "libertação ao acaso", mas prometo tirar uma foto antes de abandoná-lo! Muito divertido!

sábado, 29 de outubro de 2011

Li o livro. Vejo o filme?


Acabei de ler um livro que simplesmente me pegou e não me soltou mais. É um best seller, desses assim que, em geral, não nos trazem nenhum conhecimento especial, mas que têm o poder de capturar completamente nossa atenção! Só por isso acho que tais autores merecem reconhecimento, afinal é toda uma arte especial de escrever de forma que as pessoas realmente queiram saber o que acontece na próxima página.

O livro "Um dia" de David Nicholls é um romance, uma história de amor mesmo, e para ser bem sincera não faz bem meu tipo (não consigo me lembrar de nenhum outro livro que eu tenha lido com esse tema – a história de um casal – exclusivamente). Mas foi um presente – pra mim muito especial - de um casal que foi à Londres, e vendo que todo mundo lia o tal livro no metrô, resolveu me presentear.

Cheguei em casa, comecei a ler meio sem compromisso, e eis que fiquei até com insônia! Terminei ontem e, tendo construído toda a história na minha cabeça – os personagens, os lugares, os interiores dos apartamentos – pensei, não é possível, esse livro vai virar filme.

Pois é, virou e eu nem sabia! Bom, o autor também já foi ator, é escritor de séries de TV, então realmente ele sabia bem o que estava fazendo quando escreveu "Um dia". O filme tem a Anne Hathaway no papel principal, e ela não é, na minha opinião, exatamente a imagem que corresponde a uma escritora, que quando jovem quer mudar o mundo...

Enfim, vi o trailer, mostrando personagens e lugares muito mais, digamos assim, glamorosos do que eu imaginava, e me dei conta que o filme vai estragar toda a montagem da história que eu mesma criei na minha cabeça – porque o trailer já começou a fazer isso!

Enfim, é claro que eu não vou me agüentar e vou ver o filme. Mas sempre tenho medo dessas adaptações, porque me parece que algo sempre se perde. Assim como o livro "Comer, rezar e amar" é infinitamente melhor que o filme, também tenho restrições quanto à adaptação de "Não me abandone jamais": no final do filme, a moral é claramente explicitada – ou seja, não há espaços para que as pessoas pensem um pouco sobre o que o filme gostaria de passar! - enquanto no livro isso fica mais sutil, nas entrelinhas, o que me parece bem mais inteligente...

domingo, 18 de setembro de 2011

Livros ou estradas


"Trabalhava de costas para a janela. À sua frente, uma estante de livros. Elizabeth tinha 3 mil livros na casa. A presença dos livros, em pessoas da sua índole, pode ser tomada como âncora. Significa que aquele é seu porto."

(sobre a poeta americana que viveu em Ouro Preto, Elizabeth Bishop – revista Piauí de agosto/2011)

Ainda estou longe de ter 3 mil livros – apesar de nunca tê-los contado – mas ando pensando em comprar outra estante. Mas aí volta a dúvida: quero mesmo me ancorar aqui? Não seria melhor ativar as "rodinhas" novamente?

Se você é fã do seu lar doce lar com sua(s) estante(s) de livros, da rotina, se tem medo do desconhecido, etc. não veja os vídeos abaixo! Você pode ter problemas, ou melhor, pode dar vontade de viajar pra longe, e durante muito tempo!!

LEARN from Rick Mereki on Vimeo.

Ai, eu adorei!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mudança de endereço

Pois é, meio sem querer querendo, subestimando a rapidez das tecnologias de hoje, mudei de endereço: esta é a caderneta da maria.

E para celebrar o novo nome, resolvi mostrar quantas cadernetas eu realmente uso para anotar as mais infinitas coisas, inventando um propósito diferente para cada uma delas! Já tinha falado sobre elas aqui, quando criei este blog, há quase 1 ano, e agora resolvi então tirar uma foto, assumindo essa minha mania meio doida, mas que eu gosto bastante.

Por acaso você também gosta de blocos, cadernetas e etc.?

Cerrado na seca



Agora já chegou a época em que começamos a pedir água. Enquanto os homens reclamam (ai meu olho, ai minha garganta), a natureza pede água sorrindo – com suas flores!


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Gostinho de quero mais


Salvador. Passei tão rápido que até fiquei com vergonha... Uma cidade com tanta história merece tempo de contemplação, pausas para compreensão...

O pior é que vou de novo sem tempo.



Então vou ficar com uma dívida grande, isso quer dizer que quando eu for de verdade vou ter que subir a escadaria pedindo desculpas pra Nosso Senhor do Bonfim. Com o maior prazer.




 


PS: Não é uma maravilha o que minha nova camerazinha faz? O problema é que nessa situação me senti quase uma asiática, fazendo aquele "turismo-maratona-tudo-ao-mesmo-tempo-agora-e-tirando-fotos". Não pretendo repetir!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Muito satisfeita!



Fazia algum tempo que eu queria comprar uma máquina fotográfica dessas bem portáteis, que dá pra guardar no bolso e sacar rapidamente tipo cowboy com sua arma no faroeste. Pois bem, finalmente comprei uma que faz tudo tudo, faltou andar (ah, não anda mas sabe onde está! Não é incrível o que faz a tecnologia hoje?), e estou muuuito encantada com o que ela consegue fazer, sozinha!

É provável que eu ainda não saiba mexer nem em 10% das suas possibilidades, mas em todo caso as fotos acima mostram 1/ o modo automático inteligente; 2/ o modo pin hole, que escurece as bordas - e é inspirado nas fotografias feitas sem câmera, com uma caixa fechada com um furinho - que eu simplesmente AMEI; 3/ e o modo HDR, que até onde eu sei, dá o maior trabalhão para ser feita manualmente, e que favorece o contraste e as cores dos diferentes planos.

Incrível. Mas já caí na armadilha de ficar tirando todas as fotos em HDR e nem sempre fica bom, óbvio, exagero nunca é bom.

***
Recomendo! Se estiver indo passear nos EUA, ou então se conhecer alguém que topa encomendas, ajude um pouco na retomada dos "coitadinhos" e compre a Panasonic Lumix DMC-ZS 10.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Sou o boneco de Mestre Vitalino"


O tempo passou e eu nem terminei de escrever aqui sobre o São João de Caruaru... Mesmo sendo assunto antigo, não posso deixar de registrar aqui que quando eu pensava em ir pra lá, pensava no maior São João do mundo, mas pensava também nos bonecos do Mestre Vitalino. São bonecos de barro que retratam o cotidiano e as ofícios no sertão nordestino. E eu sempre quis ter uma família voltando da roça! 

 A banda de pífano de verdade e retratada pelo filho do Seu Vitalino...




Pena que eu não tirei foto, mas achei por lá um boneco fazendo o conserto da rede elétrica, com o poste, os fios e tudo mais... Achei incrível que os artesãos continuam retratando os ofícios do dia a dia, que vão, é claro, mudando!

Ah, e claro, para fechar minha visita em Pernambuco, a música que eu tanto adoro "Leão do Norte", do Lenine, que fala da cultura riquíssima das festanças de lá. Se você ainda não conhece, veja abaixo, é de chacoalhar o esqueleto!!



***
Confira! Caruaru, a 137 km de Recife, pela BR 232, duplicada e em ótimo estado. Para achar o bairro Alto do Moura, é um pouco afastado do centro, ou seja, tem que ir de carro, ou de ônibus. Vá perguntando, mas não desista, mesmo se você ouvir uma resposta do tipo que eu ouvi: "Vixi, mas a senhora tá longiiii!"...

sábado, 25 de junho de 2011

"No meio da Feira de Caruaru"


Nossa, mas eu queria tanto ir pro São João de Caruaru, em Pernambuco... Já estava virando uma sina para os meses de junho.

Então eu fui. Mas é engraçado, às vezes quando queremos e esperamos muito alguma coisa, acabamos fazendo meio de qualquer jeito. E assim foi, não me programei direito e cheguei lá meio sem saber onde as festas aconteciam; achava que ia chegar lá e ver gente dançando quadrilha por todos os lados! E não era bem assim...

Mas eu adorei! Acabei conhecendo a cidade como ela é, sem muitas preparações, e recomendo muito, principalmente pela maior feira livre do mundo, cantada pelo Lenine: a Feira de Caruaru.

Se você for lá, a banda de pífano vai te acompanhar pelas ruelas...

E você vai querer comprar um pacotinho com 10 do "melhor cordel do mundo" do Seu Cristóvão, que jurou de pé junto que é tudo verdade, tudo baseado na ciência...


E você vai perguntar o nome de muitas frutas lindas que você nunca viu (Prazer, o nome da frutinha rosa é jambo! Tem gosto de pêra verde, ou seja, gostinho de nada delicioso!)...


E você vai tentar entender porque é que as pessoas escolhem a carne pegando nela?!!! E também vai acompanhar a mesma mão que pegou na carne abrindo a bolsa, pegando o dinheiro... E depois vai entender que essa carne vermelha é sim fresca - diferente da mais escura que é a famosa carne seca do nordeste – mas que simplesmente ela não fica no frigorífico como vemos no mercado! E vai aprender com o açougueiro que é preciso cozinhá-la assim que entrar em casa pelas razões que você deve imaginar...


Ah, e depois disso tudo, você vai sentar e comer um ovinho de codorna esperando seu maravilhoso prato de... ??? Churrasquinho!!! Em um "ambiente familiar" no Bar e Restaurante do Heleno! Delícia!! E não é propaganda enganosa, me senti em casa (o que eu quero dizer é que em nenhum momento me senti uma gringa, de verdade!)!


Ah, escutando algo que deve ser o tal do "Aviões do Forró" que combina muito com tudo! Adorei Caruaru!!
***
Confira! Caruaru, a 137 km de Recife, pela BR 232, duplicada e em ótimo estado. Para achar a feira, é bem no centro, vá perguntando J

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Viva São João!



Hoje é dia de São João!! E eu que adoro tanto festa junina não sei de nenhuma pra ir hoje!


Então relembro aqui minha visitinha rápida em Gravatá, Pernambuco, que é uma cidade no caminho para Caruaru (lá onde tem um dos maiores São João do mundo! Eu fui! Mas é assunto para outro post antes de terminar o mês de junho!).


Parei em Gravatá meio sem querer, ou melhor, porque precisava de um café e porque vi um imenso balão colorido, e tive que parar para tirar foto.


E não é que acabei encontrando um monte de restaurantes de fondue? E lojas de vinho? E até uma lojinha de chocolate de Gramado? No meio do sertão pernambucano?!! Confesso que achei tudo muito engraçado!

Depois me informei e descobri que existe uma serra por lá, e pelo jeito até deve fazer um friozinho (tipo 25 graus na noite que eu passei por lá!). Muitas fazendas e haras.

Mas o que me interessava mesmo em Gravatá eram os balões: 


E viva São João!
***

Confira! Gravatá, a 86 km de Recife ou 54 km de Caruaru, pela BR 232, duplicada e em ótimo estado. 
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