Esta pergunta era feita em uma das intervenções da Bienal de Arte de São Paulo deste ano, da dupla Marilá Dardot e Fabio Morais – o livro é tema e matéria para as obras deles.
Fiquei pensando nisso durante muito tempo: com que livro construiria minha casa? Porque eu, em geral, acabo criando na minha cabeça os ambientes, as paisagens e os personagens de um livro; mas até o momento não tinha conseguido me lembrar de nenhum que lembre minha casa - ou o que eu gostaria que fosse minha casa.
Então ontem fui à Livraria Cultura (abre parênteses - Adoro! A Livraria Cultura mais perto de casa tem um café que serve Nespresso, e que tem uma varandona com móveis lindos e confortáveis, então dá pra pegar vários livros e ficar lá fora lendo e escolhendo. Mas fica em um shopping metido à chique. Por isso, desenvolvemos uma estratégia quase militar para chegar à livraria: sabemos onde estacionar o carro, andamos até certa porta do shopping, que fica logo embaixo do destino final, de forma que só precisamos subir uma única escada rolante! – fecha parênteses).
Comprei alguns itens da minha lista permanente e infinita de livros que ainda não li. Um deles é "O deus das pequenas coisas", que ganhou o Booker Prize de 1997, da indiana Arundhati Roy.
É bom deixar claro que ainda não li o livro, então não sei se eu realmente quero construir minha casa com ele. Mas em todo caso quero construí-la com o título: "o deus das pequenas coisas", é bem a cara da minha casa!
E cada uma das minhas pequenas coisas tem histórias para contar...
Logo acima, o Espírito Santo de Ouro Preto, que recebeu um toque das crenças baianas.
A Chica, nêga que veio do interior mineiro, com seu balaio cheio de fios e linhas (igual ao meu!) e que cuida muito bem de duas das minhas preciosidades, em cima de uma esteirinha piauiense.
E a arte de uma baiana lá da Chapada Diamantina - que gostou do casalzinho aqui e acabou dando até mini-balaios de brinde – com um detalhe dos pássaros do cerrado.